terça-feira, 30 de julho de 2013

coincidências



No último domingo de julho diversas coisas me chamaram a atenção, todas elas ligadas à Jornada Mundial da Juventude, que eu acompanhei em espírito – e também pela TV.
Estava eu centrado no discurso do Santo Padre aos voluntários da JMJ quando, em determinado momento, ele convidava os jovens a se rebelarem contra a catequese do mundo e os exortava a abraçarem o compromisso a que Deus os impelia. Seja o matrimônio, seja a vida consagrada – com as peculiaridades que tanto um quanto outro apresentam, suas alegrias, suas cruzes.
E revelava ter sido chamado à vida religiosa num dia específico – 21 de setembro, aos 17 anos. Não resisti a fazer as contas – o Papa tem 76 anos, logo, aquela data parecia ter sido exatamente o dia, mês e ano em que eu – pois é, justo este escriba paraoara – vinha ao mundo.

Uma coincidência que me colocou em xeque, fazendo-me refletir que não tenho o direito de brincar com a minha vida, a minha história. Antes, preciso colocá-la em sua verdadeira dimensão, abraçá-la e direcioná-la para aquilo que deve ser o seu caminho – a santidade.
Calar a voz interior quando ela me retira do seguimento de Cristo, oferecendo-me ilusões que se desvanecem e me levam a buscar atalhos para uma felicidade que não resiste às intempéries da vida real. Aceitar a eleição que Deus fez de mim, chamando-me para o seu rebanho, apesar de minhas muitas resistências, minhas rejeições, minha teimosia em querer ser o condutor de uma história que pretende colocar Deus do lado de fora, querendo acreditar que eu me bastava, que poderia seguir adiante, chegar à felicidade perseguida com minhas próprias forças, apenas com o meu esforço.

Hoje vejo desfilar ante meus olhos uma série de coincidências que sinto não serem somente isso, meros acidentes, sem constituírem um sinal indefectível de que Deus fala, grita até, insistindo para que eu deixe de lado essa loucura que é permanecer alienado, mentindo a mim mesmo que tenho capacidade para gerir minha existência.
E seguir suas pegadas com a humildade que ele me oferece, aguardando com paciência – também recebida dele – que se complete o tempo em que toda essa expectativa se transformará em realidade.

Se for logo, bendito seja o Senhor! Se demorar, também seja bendito o Senhor, pois quer que eu aproveite esse intervalo que me proporciona para que me reconcilie comigo mesmo, com a minha história, com as pessoas que ele coloca na minha vida.

Tudo isso para que, chegando ao fim da jornada, eu possa enfim dele escutar: “Vem, bendito do meu Pai... Vem para o Reino que tenho preparado para ti...”

É essa a minha esperança...

Em 30/7/2013

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