quinta-feira, 25 de julho de 2013

Mais poloneses



“Acolher um peregrino é acolher o próprio Cristo” – isso me disse meu catequista e esse mesmo espírito procurei passar a quantos tive a oportunidade de encontrar por toda a pré-jornada em Belém, quando tivemos entre nós um grupo de cerca de cem poloneses que “invadiram” nossa Capital.

Era gente de modos, cultura e língua diferente dos meus, alguns agradáveis, outros nem tanto; mas a quem me preocupei em fitar com os olhos da fé, procurando enxergar neles traços do Salvador. Mesmo quando parecia difícil, esforcei-me um pouco mais, para que não transparecesse qualquer sinal de exclusão, de preferência ou algo semelhante – em resumo, o meu “homem velho”!

Não lhes entendia o idioma, é verdade, mas busquei ser-lhes agradável, inclusive evitando comentários pouco airosos – que sempre me escapam, como bem o sabem aqueles que me conhecem. Mesmo diante de algumas situações que minha razão pensava em atitude diferente procurei manter a calma e ter paciência – comigo e com quem experimentava a mesma emoção, evitando assim qualquer ponto de descomunhão.
Como já havia sido falado antes, constatei que a “linguagem do amor” funciona, permitindo que tudo saísse bem, afinal!

É certo que há muita dificuldade para sair de si mesmo, oferecer a si próprio e o que se possui ao outro, sobretudo quando o outro não pensa nem age do modo como gostaríamos. Quem disser que é fácil ou está mentindo ou faz uma experiência que não a de entrega evangélica.

Somente impulsionados pelo Espírito é possível agir como Cristo, ver Cristo no outro e servi-lo interessado apenas no bem do outro. É gratificante no final, porém exige um esforço que não é exatamente nosso, as nossas atitudes fluem até naturalmente, movidas por Deus.
O cansaço que disso resulta é humano. A disposição que nos leva a fazê-lo é divina.

Quando enfim partirem, esses poloneses certamente deixarão em nosso espírito a sensação de que poderíamos ter feito um pouquinho mais. Contudo, há uma certeza que permanece: se o fizemos com amor e por amor, foi um gesto que trará boas consequências, verdadeiros frutos de vida eterna.

O que nos fará lembrar do que disse Cristo aos setenta e dois discípulos depois de concluída a missão que lhes confiara: “Alegrai-vos antes porque vossos nomes estão escritos no céu”.

Isso me consola profundamente, vocês nem conseguem imaginar o quanto!

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