quarta-feira, 7 de agosto de 2013

De volta para o futuro


De volta para o futuro
Estamos – pelo menos eu estou, na hora em que desenvolvo estas ideias! – em agosto, depois de um movimentado final de junho e de um intenso mês de julho, quando muitas coisas aconteceram, várias delas merecendo registro.
Começou com a chegada do Thiago, meu filho que é seminarista em Eger, na Hungria. Foi logo no primeiro dia de julho – primeira noite, para ser mais específico. Os preparativos para a JMJ – Jornada Mundial da Juventude – no Rio de Janeiro tomavam parte do tempo, mas conseguimos oportunidades para conversar um pouco.
Em seguida vieram os poloneses – um grupo de cerca de cem jovens polacos do Caminho Neocatecumenal, com seus catequistas e presbíteros – que aportaram na (ainda) Cidade das Mangueiras para fazer por estas plagas a sua pré-jornada. Foi uma semana bastante intensa, sobretudo depois que os catequistas responsáveis pela região seguiram para o Rio com seus grupos. Mas Deus conduziu bem e fez com que tudo corresse a contento. Para nós e para eles. Espero que tenham tirado bom proveito de tudo o que viveram por aqui.
Veio então a JMJ, que acompanhamos pela TV e pudemos constatar a fidelidade do Senhor, que nos deu de presente Francisco, o papa argentino que encantou o Brasil. Sua palavra ainda ecoa em nosso meio, como consolo mas também como exortação a um permanente exercício de santidade, que passa pelo serviço, pela humildade, pela entrega de si mesmo em favor do outro, que é Cristo.

Além do Thiago, que veio da Hungria, chegaram também o Clésio, o “padre canguru”, que é missionário na Austrália – e pertence à minha comunidade – e o Bruno, seu sobrinho, que é seminarista em Curaçao. Vieram para a JMJ e permanecem entre nós durante algum tempo, em gozo de férias.
Com o retorno dos peregrinos passamos a aproveitar de suas experiências, colocadas em comum desde o último sábado, dia 3. Momentos impressionantes para quem os viveu e também para os que compartilharam, verdadeiro presente para incentivar todos a seguir as pegadas do Ressuscitado.

Porém hoje, dia 7, um pequeno rompimento: Thiago embarcou de volta para a Hungria, colocando um final às suas férias deste ano. Segue para Budapeste, onde será orientado sobre como prosseguir até o retorno às aulas, já em setembro. Fará conexão em Fortaleza, onde será acolhido por algumas horas pela família do Carlos e da Márcia, missionários itinerantes no Nordeste, deixando o Brasil à noite e rumando para a Europa, onde Deus o quer, pelo menos durante algum tempo.
Segue para fazer a vontade de Deus, contando com as nossas orações e com a misericórdia do verdadeiro Pai. Como eu mesmo deveria fazer e nem sempre consigo, assemelhando-me, por isso, a terra coberta de espinhos da parábola do semeador.
Vendo meu filho partir e sua mãe que não consegue segurar as lágrimas, enxergo nisso um recado para mim: encarar com seriedade o processo de conversão, mudar de vida de verdade, indo bem além das palavras e permitindo ao Senhor dar continuidade à santificação do meu tempo neste mundo.
Pois me vejo correndo o risco de ser deixado do lado de fora do Reino que tantas vezes celebrei e celebro, anunciando-o a outros em diversos momentos, mas que parece tão fora do meu alcance quando contemplo o que dele tenho de fato vivido no meu dia-a-dia.


Não conheço o futuro, não tenho bola de cristal nem conheço ninguém que dele me dê notícias, boas ou más. Tenho apenas a expectativa de uma promessa, a possibilidade de alcançá-lo algum dia, quando enfim poderei contemplá-lo e constatar se as perspectivas que havia antes eram acertadas ou não; o que de nada me valerá, contudo!
A certeza que tenho é de caminhar para esse futuro, na esperança de que não seja um caminho de regresso, de que se realizem as alegrias prometidas e não mais venha a precisar da catarse das palavras que hoje transmitem minhas aspirações mais profundas e o meu desejo de santidade, ainda bastante precária, em etapa pré-embrionária.
É isso...

Em 07 de agosto de 2013.

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