De volta para o futuro
Estamos – pelo menos eu estou, na hora em
que desenvolvo estas ideias! – em agosto, depois de um movimentado final de
junho e de um intenso mês de julho, quando muitas coisas aconteceram, várias
delas merecendo registro.
Começou com a chegada do Thiago, meu filho
que é seminarista em Eger, na Hungria. Foi logo no primeiro dia de julho –
primeira noite, para ser mais específico. Os preparativos para a JMJ – Jornada
Mundial da Juventude – no Rio de Janeiro tomavam parte do tempo, mas conseguimos
oportunidades para conversar um pouco.
Em seguida vieram os poloneses – um grupo
de cerca de cem jovens polacos do Caminho Neocatecumenal, com seus catequistas
e presbíteros – que aportaram na (ainda) Cidade das Mangueiras para fazer por
estas plagas a sua pré-jornada. Foi uma semana bastante intensa, sobretudo
depois que os catequistas responsáveis pela região seguiram para o Rio com seus
grupos. Mas Deus conduziu bem e fez com que tudo corresse a contento. Para nós
e para eles. Espero que tenham tirado bom proveito de tudo o que viveram por
aqui.
Veio então a JMJ, que acompanhamos pela TV
e pudemos constatar a fidelidade do Senhor, que nos deu de presente Francisco,
o papa argentino que encantou o Brasil. Sua palavra ainda ecoa em nosso meio,
como consolo mas também como exortação a um permanente exercício de santidade,
que passa pelo serviço, pela humildade, pela entrega de si mesmo em favor do
outro, que é Cristo.
Além do Thiago, que veio da Hungria,
chegaram também o Clésio, o “padre canguru”, que é missionário na Austrália – e
pertence à minha comunidade – e o Bruno, seu sobrinho, que é seminarista em
Curaçao. Vieram para a JMJ e permanecem entre nós durante algum tempo, em gozo
de férias.
Com o retorno dos peregrinos passamos a
aproveitar de suas experiências, colocadas em comum desde o último sábado, dia
3. Momentos impressionantes para quem os viveu e também para os que
compartilharam, verdadeiro presente para incentivar todos a seguir as pegadas
do Ressuscitado.
Porém hoje, dia 7, um pequeno rompimento:
Thiago embarcou de volta para a Hungria, colocando um final às suas férias
deste ano. Segue para Budapeste, onde será orientado sobre como prosseguir até
o retorno às aulas, já em setembro. Fará conexão em Fortaleza, onde será
acolhido por algumas horas pela família do Carlos e da Márcia, missionários
itinerantes no Nordeste, deixando o Brasil à noite e rumando para a Europa,
onde Deus o quer, pelo menos durante algum tempo.
Segue para fazer a vontade de Deus, contando
com as nossas orações e com a misericórdia do verdadeiro Pai. Como eu mesmo deveria
fazer e nem sempre consigo, assemelhando-me, por isso, a terra coberta de
espinhos da parábola do semeador.
Vendo meu filho partir e sua mãe que não consegue
segurar as lágrimas, enxergo nisso um recado para mim: encarar com seriedade o
processo de conversão, mudar de vida de verdade, indo bem além das palavras e
permitindo ao Senhor dar continuidade à santificação do meu tempo neste mundo.
Pois me vejo correndo o risco de ser
deixado do lado de fora do Reino que tantas vezes celebrei e celebro,
anunciando-o a outros em diversos momentos, mas que parece tão fora do meu
alcance quando contemplo o que dele tenho de fato vivido no meu dia-a-dia.
Não conheço o futuro, não tenho bola de
cristal nem conheço ninguém que dele me dê notícias, boas ou más. Tenho apenas
a expectativa de uma promessa, a possibilidade de alcançá-lo algum dia, quando enfim
poderei contemplá-lo e constatar se as perspectivas que havia antes eram
acertadas ou não; o que de nada me valerá, contudo!
A certeza que tenho é de caminhar para
esse futuro, na esperança de que não seja um caminho de regresso, de que se realizem
as alegrias prometidas e não mais venha a precisar da catarse das palavras que hoje
transmitem minhas aspirações mais profundas e o meu desejo de santidade, ainda
bastante precária, em etapa pré-embrionária.
É isso...
Em 07
de agosto de 2013.
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