terça-feira, 17 de dezembro de 2013

de uma filha

Uma semana antes do aniversário da caçula da família comecei a preparar um texto que pretendia postar justamente na data comemorativa.
Daí que houve tantos senões, os fatos atropelaram as expectativas que não cheguei a terminar em tempo hábil e assim fiquei limitado a uma simples mensagem por SMS.
Pois é, nem consegui falar com ela naquele dia.
Pela Goretti eu teria enviado a 'obra' diretamente à destinatária. Mas, como sou teimoso, acabei deixando passar tempo demais e o texto ficou para depois.
Seria revisado, coisa e tal. Até que, antes de sair de férias, enviei-o a mim mesmo por e-mail e hoje, depois de postar o "de eternidade", encontrei o dito cujo pela frente e criei coragem para publicá-lo.
Lá vai...

de uma filha

Anos atrás, num fim de tarde de uma segunda-feira de novembro, depois de um intervalo de dois anos do nascimento do então caçula, veio ao mundo uma menina que se revelaria, desde os primeiros passos, alguém que se impunha.
Ou com a graça natural que possuía ou mesmo pelo gênio (=caráter).
Foi assim que, mesmo sendo a menor dos quatro, disputava espaço até mesmo com o irmão mais velho, não raro colocando-o em situações difíceis para “defender” sua condição de primogênito.

Cresceu com a graça de Deus, experimentando vitórias e fracassos. De menininha virou garota, depois jovem e hoje é mulher. Bela como a mãe e a irmã mais velha.
Teimosa como ela só, insistindo em seus projetos com argumentos ou artimanhas próprias da juventude que traz no rosto, no sorriso, no olhar, no jeito ao mesmo tempo meigo, despojado e decidido.

Seguiu caminhos nunca dantes percorridos, disfarçando no sorriso faceiro o medo que sentia lá no fundo, sempre disposta a fazer história, ocupar o seu lugar no mundo.
Num primeiro momento, talvez pela pujança natural da juventude, sem se importar com o preço a pagar e, por isso, experimentou (alguns) revezes.
Depois, sinal de amadurecimento, pesando os prós e os contras, avaliando os riscos de cada possibilidade, escolhendo suas trilhas não tanto pelo impulso, mas com igual entusiasmo.

Encarou muitos desafios e, na grande maioria, os venceu. Alguns sozinha, outros com ajuda familiar, de amigos; todos com Deus ao seu lado.
Vitoriosa!
Partiu de casa com a bênção dos pais e a proteção da Virgem de Nazaré.
Para novas conquistas, outras vitórias.

Às vezes se esquece que é filha e se intromete em assuntos que não lhe dizem respeito. Haja atritos, sobretudo entre mãe e filha. Que sempre acabam contornados e ficam fazendo parte da trajetória de ambas.
Por vezes sou eu que me esqueço e, conversando pelo telefone, me vem à lembrança a menininha que um dia se assustou quando viu o pai sem barba pela primeira vez e foi se esconder, chorando, debaixo da cama.

Pois é, a menininha ficou para trás, e hoje está prestes a se tornar esposa e, se Deus quiser, futuramente também mãe. Para experimentar de perto o que é ter família, sofrer e ao mesmo tempo ter tantas alegrias.

Como eu tive e tenho...

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